terça-feira, 18 de janeiro de 2011

BBBullying 11: Tudo puta e viado



Começou o BBB 11 e, como toda vez que isso acontece (assertivamente só com BBB porque os demais reality shows dependem de passarem pelo período de adaptação) eu perco parte importante da minha vida social. Tudo bem que depois do BBB 7, quando o Alemão ganhou, eu mais passei raiva do que qualquer outra coisa. No BBB 8 porque aquele Dr. Marcelo, mesmo todo problemático, era o único personagem interessante no programa. No BBB 9 porque Priscila inexplicavelmente perdeu pro bolha do Max. E no BBB 10 porque Dourado consagrou o que virou o público brasileiro: preconceituoso. Daí a comparação entre o que o público inconscientemente quer ver (putaria, diversidade e dedo na cara) e o que ele decide ver pela votação (gente que prega a moral e os bons costumes na sociedade). Ponto pro Boninho.

E esse ano ele, teoricamente, caprichou no elenco. Vamos aos trabalhos (ah, antes de mais nada, quero declarar que abri, por conta própria, a minha temporada de bullying contra os participantes):

Mulheres:
1. Talula: linda.
2. Maria: atriz pornô, cara de convidada da Gimenez (viram a voz?).
3. Diana: mais macho que eu. E com os olhos meio separados. Rascunho da Xuxa (não, eu não falei mal da Xuxa! Hahahahaha!).
4. Jaqueline: Beyoncé by Picasso (tem um olho no quadrante inferior esquerdo e outro no quadrante superior direito).
5. Michelly: vesga de dar aflição, com pose de tiazinha que quer parecer mutcho lôca e malha na escada. Tão deprê…
6. Paula: gorda que não se enxerga. Só colabora com a teoria minha e da @Cranmarry de que gordo é a raça mais desunida do mundo.
7. Natália: se vende mais do que é. E ou a plástica pra nariz adunco não deu certo ou ela precisa de uma pra tirar a cara de “ih, fui eu”.
8. Janaína: Adriana Bombom versão Globo, figurante nos moldes da Jaqueline. Pra que duas?

Homens:
1. Rodrigo: já mostrou o pau pro mundo e tem um bar no quarto. Né?
2. Rodrigão: Cadu cover, Mr. Paraná (Grazi?), talvez um dos homens mais bonitos que já passaram pelo BBB. Mais ainda tô esperando “se transformar no flash” como disseram na apresentação.
3. Daniel: tem trabalho social, articulações de gelatina, é bem chato e, segundo o amigo do vídeo de apresentação, “ixplodjy”, bee!
4. Maurício: o homem mais mal acabado do mundo. Roger do Ultraje, filho do Seu Madruga… pra mim, é o peixe monstro do Nemo.
5. Diogo: faz musiquinha e coreô pra tudo! Parece que acabou de voltar do JUCA! E acho que, se apertar, entrega.
6. Lucival: Jean Wyllys versão descolada e bronzeada, tem cara de gente boa.
7. Igor: na foto parecia babadeiro. Na “vida real”, mesmo sendo garçom do Spot, faz tipo de malaco da ZL. Metido a estrategista, mas sem tutano pra isso.
8. Cristiano: por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. A frase célebre da minha avó nunca fez tanto sentido. Tá com cara de que vai ser o novo Dourado.

Coluna do meio:
Ariadna: o que vai ser dessa moça(o) quando ela sair da casa? Filme com o Frota ela vai fazer, mas pelo menos não vai ser mais vítima das piadas do Casseta! Agora, vem cá: como NINGUÉM sacou lá dentro que ela é trans com aquela cara de menino de rua dela?

Até agora tá todo mundo brincando de acampamento feliz, parte que eu sempre achei bacana (não transo violência! Hahahahaha!), mas tá chato demais com esse povo MOBRAL (alguém viu o Cristiano lendo as fichas nas provas?) que não faz/fala nada de interessante o dia inteiro. Por enquanto, só a prova do Guaraná Antarctica com a Paula caindo feito um saco de areia (expressão típica do bullying) valeu a pena como a melhor cena de prova de todos os BBBs. Até superou “Iarnuou” da Solange!

Com Boninho liberando porrada (aham, Cláudia…) e Bial cada vez mais “jovial” e empolgadinho da Estrela, só espero que maneirem nas intervenções de Maurício Ricardo e foquem na vodka, porque a única esperança que nos resta, é a da putaria. Por isso, #FicaAriadna! #ForaJanaína! #ChupaCristiano!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

#TeamClara: o final de "Passione"



“Passione” começou como um novelão daqueles bem tradicionais, com mocinhos e vilões bem definidos, trama linear, disputa por poder e conflitos de família. Tudo pra dar certo, certo? Errado.

Depois de um começo ótimo, abusando da verba de produção da Globo pra gravar na Itália, e de diálogos riquíssimos, "Passione" passou a se arrastar até o ponto que começou a incomodar.

De repente, Clara, a vilã suburbana que enganou o mocinho Totó, foi desmarcarada e descobriu-se apaixonada por ele, resolve que não se regenerou porra nenhuma. Melina, a melindrosa (tô esperando até hoje pela piteira e pelo vestido de lantejoulas vermelhas), de ameaçadora e cruel vira a mocinha arrependida que salva a vida da filha do ser amado. Gérson, o pervertido, é só um punheteiro. Mimi, um Didi Mocó emotivo que tinha tudo pra ser um puta personagem, vira coadjuvante do triângulo amoroso mais bizarro da história, pelo simples fato de ter Leandra Leal no meio. O sotaque do Berillo anasalou mais a cada dia. O do Kayky Britto se encheu de “erres” de paulista a cada cena, intercalada com testas franzidas e bufadas, ficando com uma bochecha de Kiko do Chaves. O filho da Agostina começou a povoar meus pesadelos me chamando incansavelmente de “Babbo”. E eu comecei a desejar ferozmente o final dessa tormenta.

Eu podia falar aqui de todas as referências e repetições de fórmulas desse capítulo, mas né? Em novela, quase nada se cria. Sendo assim, vamos aos fatos: a última semana foi um teste de paciência misturado à sensação que toda última semana de novela me causa: envolvimento generalizado, torcida pelos meus favoritos e decepção com os clichés de último capítulo. Nessa última foi que "Passione" se salvou.

Apesar de trabalhar no prédio da Metalúrgicas Gouveia, lá não tinha televisão e portanto, perdi o primeiro bloco (e não vi a reprise, porque teve show da Amy). Até aí, caguei. A essa altura, eu só queria saber quem tinha matado o Saulo e pronto. Mas antes, tinha que passar pelos clichés: Agostina e Jéssica parindo as filhas do Berillo ao mesmo tempo (zzzzz); Gérson se casando com a limpinha Maysa, que estava com um vestido que a cobria dos punhos ao pescoço (e no qual eu torci pra que alguma pomba solta na cerimônia cagasse); o mesmo Gérson voltou a ser campeão de ciclismo pra fazer a Goodyear feliz e o IN-SU-POR-TÁ-VEL do seu sobrinho Kayky, pra ter função no último capítulo, além de atazanar a vida da Maitê (juro, não tinha mais saco pro mesmo texto), estourou a champanhe do tio, numa atitude pau-no-cu bem condizente com seu papel; Totó voltou pra Itália e deu de cara com a atriz convidada Patrícia Pillar que veio fazer o que o próprio Tony Ramos já fez outras novelas: não permitir que o protagonista termine o último capítulo sozinho. Ah, e a cena do elenco todo em volta da mesa da Bia Falcão, com os casais se beijandzzzzzzzZZZZzzzzZZzz…


Bote toda essa farinha de engrossar caldo de lado e vamos ao que fez diferença nesse capítulo:
1. Alexandra Richter: AMO! A cena dela sendo chamada de tia pelo michê foi ótima!
2. O triângulo Agostina X Berillo X Jéssica: ainda acho a Leandra Leal a segunda melhor atriz do mundo (tava linda de noiva, né?). Mas mesmo com todo o meu bode do Berillo, Gabriela Duarte foi sucesso de Jéssica. E nem adianta torcer o nariz porque essa é incontestável.
3. Clô (L)(L)(L): a pitchuquinha vestida de pavão fechou o que ela foi a novela inteira: a melhor personagem cômica, dona das melhores cenas e das melhores falas.
4. O final.


O Sílvio de Abreu já tinha comentado que só conheceríamos o vilão na última cena. E mesmo tendo protagonizado a pior cena do capítulo quando foi preso (cuspindo perdigotos na câmera), sabíamos que não era o Fred. E a sequência toda, desde a velha porca levando a Clara criança pra casa do nojento do Saulo à revelação de que ela envenenava o Mauro Mendonça a mando dele e a cena do motel – do “Upa upa, cavalinho” (que porra foi essa???) ao jump no travesseiro – só me fizeram entrar definitivamente pro #TeamClara. Eu já comentei que gosto de vilã com motivo. Maldade por maldade não me convence. E Clara se vingou de todo mundo. E eu achei foi bom.

E achei bom também ter uma sensação diferente da brochada de final de capítulo, que a cena do aniversário da Bia Falcão teria me dado. Esse eu terminei querendo “Passione 2: a Vingança de Fred”! Mas espero, do fundo do meu coração, que ninguém me escute!

Adeus, Ano Velho...



Eu sei que tô mega atrasado com a retrospectiva de 2010. E tô tão atrasado que resolvi não fazer uma. Ao invés disso, vou só comentar a constante que eu mais percebi nesse ano: mesmo com a ditadura da beleza, os emos, o elenco da Malhação e o Restart, 2010 foi o ano da terceira idade. E terceira idade ativa, fazendo sucesso, roubando cena em todos os lugares.


De Nair Bello no Twitter à Samantha no “Sex And The City 2” (HAHAHAHAHA, tá, sacaneei, mas é que o “I’m fifty-fucking-two and I’m wearing that dress” não sai da minha cabeça), grandes destaques do ano já estão virados no pé-de-galinha! E há algum tempo!


Pra começar, vamos ao elenco da principal novela da televisão brasileira: a das 8. Ah, era “Passione”, mas não se pode ter tudo. Enfim: Irene Ravache salvou a novela mais chata dos últimos tempos chamando o Chico Cuoco de mimoso e querendo, a todo custo, ser alguém na noite, enquanto Brígida deixava o neto Gérson no chinelo com seu festival de safadeza naftalinesca com Elias Gleizer e sua taturana do amor. Fernanda Montenegro, protagonista e mulher fina, mostrou pro Gianecchini com quantos silêncios se faz uma belíssima (juro que não foi intencional) cena, sem apelar pras caras de susto da Clara. Até Vera Holtz e seu delicioso sotaque (“Fwredê!”) renderam mais vontades de palmas empolgadas em frente à televisão que sua filha Maysa arrependida. E mesmo não sendo do núcleo cômico do Flávio Migliaccio, sempre no mesmo papel, sempre com a mesma graça.

Entre os apresentadores, Palmirinha largou a coitadeza Gazeta e virou assunto por bem um mês, Raul Gil e Marília Gabriela (sorry, Gabi, mas nem os 47 cremes horários que você passa claream a cor do seu RG) foram contratados pra dar alguma credibilidade ao SBT e Sílvio Santos voltou a ser assunto em mesas de bar com reprises de quadros clássicos e sua falta de noção e respeito somado ao seu excesso de genialidade. Até Glória Maria voltou! Mas o destaque aqui, sem dúvida, foi Hebe Camargo.

Além de ter comovido o país todo quando ficou doente, ela terminou o ano provando que idade não vale de nada quando se tem competência. Taí! 2 posts atrás eu falava da querida Susaninha e sua bizarra noção de poder. Pois bem, quem viu Hebe sendo homenageada no Faustão constatou que essa sim pode. E pode muito! Pode carregar um apartamento em cada orelha, pode sustentar um vestido justo e ainda estar elegante, pode cantar e não fazer feio, pode falar a merda que quiser e ainda parecer fina. No máximo espirituosa (excêntrica nunca!). Porque Hebe é diva.


No mais, entre uma exibição no Inter Cine Brasil de “Copacabana” da Carla Camuratti (mas acho que só eu vi esse) e uma reportagem sobre os 103 anos do Niemeyer (que parou de fumar 3 meses antes), de todos os especiais de fim de ano na TV (juro que os de dramaturgia da Globo eu não vi por pura preguiça), os que me tocaram de verdade – além da Hebe no Faustão, claro – foram o show ao vivo do Rei Roberto Carlos na praia de Copacabana – chorei só de ver aquela multidão, maior do que a que viu Stones, em pleno Natal cantando todas as músicas emocionadamente, principalmente “Detalhes” (L) – e o especial sobre os 50 anos de carreira do Didi. Pô, o cara fez parte da minha infância inteira! Ver filme dele no cinema era programa obrigatório nas férias. E ele continua no ar fazendo as mesmas coisas há 50 anos. E com um talento indiscutível.

É claro que é muito mais foda pra esse povo todo se renovar. Mas, além da história toda que já fizeram e que tem pra contar, eles respiram TV e fazem isso com a naturalidade de quem come com dentadura todo dia! Enquanto Boninho rejeita essa faixa de idade (claro, pra BBB não cabe mesmo), eu dou graças a Deus que, em meio à tanta bobagem (muitas das quais confesso que adoro) ainda tenha gente experiente mostrando conteúdo de qualidade. Mesmo um pouco enferrujado.