quarta-feira, 16 de junho de 2010

Trocentos milhões em ação...*


Futebol é uma coisa intrigante pra mim. Quando eu tinha lá pruns 10, 11 anos, resolvi tentar gostar. Claro que eu virei são-paulino! Pra desespero do meu pai, um palmeirense doente que herdou o coração verde do pai, naquela época ninguém podia com o time de Raí, Palhinha, Muller, Toninho Cerezo e Zetti. Em 92 e 93 foram duas Libertadores e dois Mundiais de Interclubes que fizeram minha avó me dar minha primeira (e única) camisa oficial do meu novo time do coração e, pela primeira vez, acordar no meio da madrugada pra acompanhar futebol.


Porém, quando cheguei aos 14, 15 anos, a minha vida social começou por outros meios e ler o caderno de esportes parou de ser tão importante assim. Eu me livrei da obrigação imposta por mim mesmo e me contentei em ter lembranças na minha memória bizarra pra eventos televisivos de lances incríveis de uma boa época. (Mais ou menos) até agora.


Se existem dois caras que podem me fazer voltar a gostar de futebol ou pelo menos encarar mais dois programas de entretenimento na minha grade, esses caras são Tadeu Schmidt e Tiago Leifert. O Tadeu, desde que começou no Fantástico, me fez parar de mudar de canal (sim, eu assisto Fantástico) pra não morrer de sono com a voz do Léo Batista (que me desculpem os tradicionalistas). Ele narra de um jeito divertido, faz umas edições espirituosíssimas, o “Bola Cheia” e “Bola Murcha” são ultra populares e a intimidade com que ele trata os jogadores (quem faz 3 gols pede a música) mata aquela porra chata do “o professor blá blá, a equipe tá unida e blé blé blé”.


Mas o Tiago é tipo o cara mais gente boa da sala de aula que calhou de manjar de futebol e arrumou um trampo na TV. E ele poderia falar de qualquer coisa! É bem fácil imaginar o Tiago dando uma receita de bolo com a mesma facilidade que entrevista um jogador. Igualmente criativo no conteúdo do Globo Esporte, se mostra sério no que faz ao mesmo tempo em que não perde a simplicidade ao ficar orgulhoso quando o Ronaldo mando um abraço pra ele.


Em época de Copa, é inevitável não saber quem é quem, porquê e aonde, sonhar com barulho de vuvuzelas e se tornar mais um comentarista de futebol. Eu, por não levar a sério, faço a minha parte tirando sarro e tomando cerveja. Mas faço questão de ver o Central da Copa da mesma forma que faço questão de almoçar com os meus amigos, ainda que o papo seja 80% sobre futebol. É familiar. E quem é que imaginaria alguém tão livre de amarras dentro da Globo a ponto de produzir uma matéria sobre o CALA BOCA GALVAO (Trending Topics do Twitter há mais de uma semana, fruto de uma brincadeira que ganhou os principais jornais do mundo dizendo que “CALA BOCA” seria “SALVE” e “GALVAO” uma ave rara em extinsão no Brasil), entrevistar o próprio Galvão Bueno sobre esse assunto e ainda fazê-lo tirar rir disso? O Brasil agradece!


E pra não perder a chance, minhas impressões sobre a estréia do Brasil na Copa em tópicos:

1. O Sr. CALA BOCA GALVAO, bem como o time de comentaristas, estava com uma belíssima e nada chamativa gravata amarela, que pouco desviou a atenção de quem só entende “blá blá blá whiskas sachê” quando ele fala.


2. Dunga estava ditando tendência com sua roupa de Pequeno Príncipe. Depois de Samantha vestida de Paquita num karaokê em “Sex And The City 2”, tô achando que a moda vintage vem com tudo, embalada por Sgt. Peppers.


3. Aquele coreano careca (era o único; dá pra diferenciar) chorando emocionou no hino. Mas irritou profundamente no reeeeeeesto do jogo inteiro com aquela cara de intestino ressecado dele.


4. O coreano que cortou o joelho (e ninguém entendeu como) me fez lembrar o goleiro que cortou a cara com a gilete no episódio Rosenery, a fogueteira do Maracanã – provavelmente a segunda pior capa da Playboy (depois da Hortência que, sem fazer nenhum milagre, melhorou muito com o tempo, devemos admitir).


5. Viva o Maicon e viva o Elano!


6. ZzzzzzzZZzzzzzzzzZzzzzzzzz...


7. =========<() PuóóóóóóóóóóóóóÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!!


* Colaboraram (sem saber) o povo do twitter e o povo que tava na mesa do restaurante comigo.

Nenhum comentário: