quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Não sabe brincar, não desce pro Play



Sobre o caso do afastamento do Rafinha Bastos do CQC, concordo com o Ale Rocha quando ele diz que o erro dele foi ter pedido desculpas da primeira vez. Foi, porque Danilo Gentili taí vendendo
escrotice saúde em tudo quanto é canto. Mas o mais grave erro do Rafinha foi não ter a menor noção de tempo e espaço. E isso parece ser um comportamento quase padrão dessa nova geração do humor televisivo.

Fazia muito tempo que não se via mais humor de qualidade no Brasil ou até mesmo alguma coisa inovadora usando os mesmos elementos de sempre (as esquetes de “Escolinha do Professor Raimundo”, “Zorra Total”, “A Praça É Nossa” e blá blá blá) e parece que a busca por audiência fez com que o filtro fosse ficando cada vez mais escasso pro que tinha de fato bom gosto. Com a febre do stand-up comedy e das redes sociais, surgiram dois novos tipos de humorista: os que copiam a fórmula do stand-up americano e a webcelebrity. O mote de ambos ainda gira em torna da crítica social, da crítica a cultura de massa e ao comportamento do povo (e que funciona muito bem porque, no Brasil, graças a Deus, somos um povo que ridiculariza a si próprio), mas os praticantes dessas novas modalidades esquecem de um princípio básico: limite.


Às vezes parece que falta talento, muito mais do que referência. Quem disse que pra ser engraçado tem ofender o coleguinha da direita? O mau gosto da piada em relação à Wanessa é o mesmo em relação às mulheres vítimas de estupro. E daí pro desumano de sacanear uma criança deficiente (tá cheio de gente escrota que faz piada com a filha do Justus ou – ainda – com a Clarinha de “Páginas da Vida”) é um pulo. Depois ainda falam em censura! E desde quando tá liberado fazer o que bem entender e não arcar com as consequências? Desde quando liberdade de expressão não vem acompanhada da responsabilidade sobre o que resolveu dizer?

E é exatamente esse o discurso da outra parte dos novos humoristas: o povo das redes sociais. Com a democratização da internet, hoje em dia todo mundo tem direito aos seus 140 caracteres engraçados. E muita gente achou o caminho: a maioria às custas do que já é produzido pela mídia – seja um programa de televisão ou notas da imprensa de celebridades. Acho genial! Mesmo! E particularmente, acho o máximo comentar TV pelo Twitter (ah, vá!) e sempre dou um pulo no Ego pra ver o que a Nana Gouveia tá fazendo ou se acho um erro novo do estagiário imbecil deles. O duro é não saber sustentar. Gente boa de verdade agora passa, infelizmente, 80% do tempo online discutindo com follower porque se acha no direito de escrever o que quer sem ouvir crítica. E virou moda chamar o outro de covarde porque tá atrás de um computador. Cagação de regra. Pura e simples. Tem muita gente escrota no mundo mas, antes de mais nada, o Brasil é um país democrático e se você tem o direito de falar o que bem entende, os outros também têm. E se você tá lá fazendo um puta esforço pra ser uma pessoa pública (igual àqueles que critica diariamente), aguenta a bronca, filhão! Senão, guarda seus comentários super engraçados (aqui sem ironia) pro sofá da sua casa ou praquele grupo de emails da turma do Reveillón de Juqueí 2002.


Olha, de verdade? Saudade do tempo em que dava pra rir simplesmente com o monstrinho daquele filme dos Trapalhões passando o dedo no braço do Mussum pra ver se não saía tinta ou com a fofoqueira da Praça. Ambos longe de serem politicamente corretos mas sem precisar constranger ninguém pra parecer superior. E sobre o manual de boas práticas em redes sociais, certa tá a Luana Piovani porque não tem nada mais ridículo que “humorista” melindrado (até por isso que adorei a rea
ção do Rafinha à sua suspensão - imagem que ilustra o post).



Updates:
1. O quadro Valéria e Janete do Zorra Total, que faz a mesma piada que Rafinha fez sobre mulher feia e estupro, também pode ser punido pelas mesmas razões. E olha que a Globo é mais poderosa que o Ronaldo! ;)

2. Leiam o primeiro parágrafo do post do Ale Rocha sobre o CQC dessa segunda, já sem Rafinha. Coer
ência, a gente se vê por aqui!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Momento desabafo: a morte de Gilvan em "Insensato Coração"



Ontem a novela Insensato Coração mostrou a morte por espancamento do homossexual Gilvan por uma gangue de homofóbicos. Eu não tenho acompanhado a novela por motivos óbvios, mas sabendo que essa cena iria ao ar ontem, fiz questão de assistir. Não vou nem entrar no mérito da tentativa de humanização do assassino na última cena do capítulo porque, por não ter assistido a essa novela nos últimos 4 meses, posso ter uma opinião desprovida de argumentos. Prefiro entrar no mérito da cena em si e do histórico do tratamento dado a personagens gays em telenovelas da Globo.


A cena foi absurdamente chocante. Principalmente porque foi real. Não vou, de forma alguma, criticar o teor dela porque acho mesmo que as coisas precisam ser mostradas, muitas vezes, da forma como acontecem na vida real. Ok que estamos falando de entretenimento, mas, tirando o remake de “O Astro” que é retratada com diálogos carregados de jargões clássicos de novela, atuações viscerais e trama bem folhetinesca (coisa que quem é fã do gênero aprecia), de uns anos pra cá os autores e diretores têm optado por um leitura um pouco mais perto da realidade. O que eu critico é a diferença na força com que a agressão é mostrada versus a decisão de não retratar os homossexuais vivendo vidas normais – beijando, transando, tendo trejeitos sem cair no caricato. Quando assisti, cheguei a pensar que a população poderia, finalmente, colocar a mão na consciência e refletir sobre a inversão de valores que culmina numa barbárie contra grupos de pessoas que, não custa frisar, está só vivendo a própria vida sem ferir ninguém. Mas ao ler comentários em textos publicados na internet hoje, voltei a ficar descrente de que alguma coisa de fato mude enquanto o foco for no bom-senso e não na criminalização do preconceito.


Aos 17 anos comecei a sair com um menino. Numa sexta-feira, dia em que eu ia embora da faculdade mais tarde (não tão tarde, porque pegava o último trem na Barra Funda pra voltar pra Osasco), ele me acompanhou até o metrô Sé, onde cada um iria pra um destino. Na hora de dar tchau, a gente se deu um beijo (detalhe, a gente tomou cuidado pra que ninguém visse). Foi ele virar a esquina e eu senti cuspe na minha cabeça. Eram 3 caras, aparentemente na faixa dos 30 anos, que, quando olhei pra ver, começaram a me dizer as piores coisas possíveis e a me ameaçar. A estação estava vazia, não tinha nenhum segurança e a gente iria pegar o mesmo metrô. Apertei o passo pra ir pro primeiro vagão enquanto o trem se aproximava, na esperança que eles não me alcançassem, mas eles entraram e passaram 4 estações sentados atrás de mim me fazendo morrer de medo de apanhar ali. No fim eu consegui ir pro trem (eles pararam ali mesmo) mas não sem ouvir berros de humilhação na frente (agora sim) de seguranças que nada fizeram. Nesse dia eu troquei o metrô pelo ônibus nas noites de sexta. E demorei 10 anos pra beijar alguém na rua de novo se medo. E demorei anos pra contar essa história pra alguém (a maioria dos meus amigos nem sabe) porque eu morria de vergonha.

Morando em Londres desde abril desse ano, percebi uma coisa: você pode sair na rua com cabelo verde, meia-calça rasgada, piercing em tudo quanto é canto, vestido da forma como a sua religião exige e de mão dada com quem quiser que ninguém vai te olhar. Isso significa que a população não é preconceituosa? Pelo contrário, é muitíssimo. Mas, além de estar mais acostumada, discriminação aqui é crime sério. E a punição funciona. E isso deu uma liberdade de expressão pras pessoas que, talvez no começo, até quisessem chocar. Hoje elas simplesmente não guardam o que são pras 4 paredes que acharem mais convenientes.


Não espero mundo ideal não. De todos os meus amigos héteros (a esmagadora maioria deles, na verdade), pouquíssimos já me viram ficando com alguém. Desses, pouquíssimos homens. Não é culpa deles. Meus amigos se esforçam muito pra não transparecer o desconforto que as mulheres não tem pra conversar sobre sentimentos, relações, sexo ou qualquer coisa que o valha nesse sentido. Questões culturais, enfim.

Eu já vi crianças pequenas associando namoros a sexo por conta das incansáveis cenas que elas estão acostumadas a ver nas novelas da Globo desde sempre. As mesmas que nós sempre vimos. E eu, no alto da minha ingenuidade, ainda me pergunto quando é que os veículos de informação que ditam tendência e comportamento vão finalmente tomar coragem de educar o povo quanto ao respeito pela diferença, a ponto do prefeito da maior cidade do país não precisar de uma comissão técnica analisando por duas semanas a possiblidade de veto ao absurdo que é a instituição do Dia do Orgulho Hétero, quando ele fere, pra mim, um dos princípios básicos da carreira política: garantir igualdade de direitos e melhores oportunidades pra todos os segmentos da sociedade.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"A mamãe morreu? HAHAHAHA!"



Oi, gente! Que saudade! Bom, todo mundo sabe que eu vim morar um tempo nas Zoropa, que fiquei quase 2 meses sem acesso à televisão (não que tenha feito muita diferença porque, tirando as séries e filmes que passam na TV à cabo e alguns reality shows cheios de “lovely” e “fantastic” – e ainda bem que a dona da minha atual casa sabe apreciar o bom da vida – a TV inglesa ém uma bela bosta) e que o fuso me fodia na tentativa de acompanhar o que tava acontecendo na nossa amada TV brasileira. Enfim, se alguém não sabia, acabei de contar. O caso é que eu voltei aqui hoje excepcionalmente porque a Odete morreu! E aí eu não me aguento.

Depois de uma noite virada (aqui a novela “passa” – no meu link ungido, obviamente – das 4h45 às 5h30 da MANHÃ!) pra ver a cena FODA da Odete sendo desmascarada e da Heleninha merecendo um Oscar e uma segunda tentativa, agora, frustrada de ver os pipocos na véia ao vivo, consegui parar pra ver o capítulo todo e preciso comentar! Ainda que não seja em tempo real com o #TeamValeTudo no twitter.

Como eu tô meio enferrujado, vamos por highlights? 10, pra ficar bonitinho:

1. Marcaurélio com cara de Capitão Rocha da Vamp quando foi desmascarado pela Odete e com cara de cu antes do “você tá me ameaçando?” só colaboram com a minha opinião de que ele é o melhor canastrão ever!

2.
Tia Cellina manchando de lágrimas os estofados caríssimos (tão caros que ela agora só se veste de cobradora de ônibus) e tomando um “Reagrupa, tia Cellina! Reagrupa!” quando tava a ponto de soltar um “Eu vou com vocêêê!” – ninguém era tão apegado assim na véia, afinal de contas.


3. Solange Duprat, musa de todos nós, sendo a primeira a fazer a típica linha morreu-virou-santo, falando pro Afonso que “Apesar dos defeitos, a Odete era uma mulher excepcional, né?”. Que decepção... antes tivesse dito que ela era diferenciada!


4. Mordomo Eugênio fazendo ar de suspeita (clichêêê...) depois de sair de casa pela primeira vez na novela inteira e tapar com uma boina aquele cabelo penteado pro lado de careca inconformado.

5. O casal 20 da novela com preguiça de cuidar da cabeleira: Ivan tá a fuça do Fúlvio Stefanini (obrigado, Chris, por essa eterna referência) e Raquel tá uma gueixa lavadeira aposentada.

6. Heleninha toda cagada, pra variar, e dona das melhores falas da noite (quiçá da novela): "A gente ainda ta casado, Marcaurélio? Ah, coitado... Que ano é hoje?".


7. Ainda falando dela, é muita lucidez, pra quem tá mergulhada no whisky há 193 capítulos, conseguir ter uma sacada tão gênia de pedir como epitáfio a frase que ela mais ouve: “Heleninha, vai pro quarto!”. Mas o melhor, so far, é “Eu levo você”. Não sei se me cago de medo ou morro de esperança de bons drink numa companhia agradabilíssima!

8. Fátima, na tentativa de fazer um cospobre da Solange com aquele lápis nº 2 da Faber Castell no cabelo há 10 capítulos, acabou parecendo uma Mulan do Catete.

9. Juro, ainda bem que tá acabando essa novela, porque eu não AGOENTO mais ouvir que o César não transa violência!


10.Helena de novo: IMPRESSIONANTE como sara rápido! E olha que não tinha Engov em 88!





BOO!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

BBBullying 11: a vingança de Boninho e o desapego da beleza


BOO!

Mais de um mês do início do BBB, tá na hora da gente se atualizar aqui. E eu não sei o que o Boninho pensou desse povo na hora de fazer a seleção pra essa edição, mas uma coisa, se ele não entendeu, nós entendemos: não dá pra ser puta e viado o dia todo. Nem todo mundo é Fani que, mesmo autêntica, votava sem estratégia e até fez uma grande amiga do lado inimigo.


Antes eu achava que o problema dos editores do BBB era não enxergarem as entrelinhas (como o pacto de sangue do Alberto Caubói com o Felipe Cobra ignorado até a casa rachar, e a amizade de Fani e Analy ignorada até o anjo que jogou Alemão e Íris no paredão – tudo no BBB 7), de tão preocupados em criar uma novelinha com mocinhos e vilões, deixando muita coisa escapar e o público sem entender bulhufas. Mas a verdade, nessa edição, é que o “conteúdo” obtido deles não enche um programa. Por isso Boninho resolveu cagar pra coerência, regras e passou a agir como Sílvio Santos em sua saudosa Casa dos Artistas. E como é CERTEZA que ele sofreu bullying na infância por ser gordinho, filho de rico todo-poderoso e ter cara de tia-avó que passa Grecin 2000, ele arrumou arrumou o jeito mais legal do universo de mostrar seu poder: se vingar da humanidade berrando até traumatizar cada morador da casa mais vigiada do Brasil!


A prova disso? Na formação do paredão que eliminou Cristiano, NINGUÉM questionou o porquê de não poder votar em nenhum dos novatos que estavam imunizados e as pessoas parecem se abalar pouco com as mudanças todas (paredão de casais, gente nova, casa de vidro, volta dos mortos vivos – nesse caso, literalmente! HAHAHAHAHA!). Mas sejamos justos: com isso criaram-se alguns factóides e finalmente esse BBB ficou divertido. Por isso é chegada a hora da revisão dos participantes (que sobraram). Yay!


Categoria “Como ninguém vota neles???”:

Janaína: fala errado, chora sempre e ainda tem medo (real) de palhaço. Tó pra ela.
Diogo: chato pra porra e duplamente recalcado: com Maria por querer claramente dar pro Mau Mau; e com Paulinha por querer, como ela, ser querido por todos mas não conseguir porque só faz cagada.

Categoria “Sou tão girl power que tô quase sapa”:
Talula: a líder auto-intitulada. Se acha super estrategista e é exatamente o que julga na Natália. Fora que embarangou horrores!
Jaqueline: a fiel escudeira da Talula talvez conseguisse fazer esse papel de líder melhor que a própria. Mas não dá pra repeitar quem caga de porta aberta.
Daniel: tá morrendo de nojo de homem. E vai definhar sem Lucival.
Natália: depois de ter sido largada por André Marques pós-sessão patolagem explícita, tá se apaixonando por Diana. E vai virar mártir se continuar indo ao paredão. Chupa, Talula!
Diana: a única girl power quase sapa de verdade quase perdeu a mão por causa do recalque com a nova participante, que conseguiu a atenção de Rodrigão e Cris, os dois que a bi-confusa tentou e necas (sem trocadilho) de pitibiriba (#BialFeelings).


Categoria “Apostas (COF!) da Globo”:

Adriana: chegou semi-virgem, trocou o namorado feio pelo lindo do Rodrigão, tomou toco 3 segundos depois, mandou um “Eu te amo” vergonhoso e quis se encher de atitude pra cima de Lucival, Diana e Maria. Não passa de terça. Congrats!
Wesley: virado no anabolizante, se achava o gostoso capaz de tudo até que Mau Mau voltou e agora parece aquele menino bobo do colégio que quer se infiltrar na turma dos descolados convidando-os pra sua casa na praia (chorei um pouco de vergonha da cantoria “Wesley Snipes”). Próximo!

Mau Mau: NÃO DÁ PRA ENTENDER. O homem mais feio do mundo saiu enquanto o público ainda votava por bullying (Ariadna, a trans, e Michelly, a vesga, que o digam), só voltou porque o coração de Maria é grande demais prum homem só e resolveu maltratá-la, mesmo a coitada nem sequer ter merecido um “te espero lá fora” depois de tamanha caridade. Tá achando que seu paredão foi de final, que vai tirar um por um e até a revista Quem, da própria Globo, tá tentando dar um empurrãozinho. AHAM!
Rodrigão: só pegou Adriana porque o discurso do Bial deu a entender que ele era um enrustido, usa a técnica que eu ODEIO de colocar só um pedaço da camisa pra dentro da calça e virou o maior pau no cu da história com a Adriana. Mais pau no cu que Saullo do BBB 6. Sério, eu tentei até aqui, mas não adianta mesmo só ser lindo.

Categoria “Escolhas do Mario (até o presente momento)”
:
Maria: soltou a frase “eu não troco você por beleza nenhuma porque, pra mim, você é mais bonito por dentro do que por fora ". E depois de “Pretty Woman” (palmas, Boninho!) e Bial revelando que Mau Mau tava cagando pra ela, tem como não amar?
Paulinha: é de verdade. Tão de verdade que até dormiu de conchinha com o Diogo, mesmo depois de ter sido chamada de “puta” e “gorda nojenta” por ele. Vota errado, bebe errado, se veste errado, tem uma consciência erradíssima sobre o próprio corpo e é hilariamente sensual, como disse Diana. Mas é a que mais aproveita ali, mesmo nos momentos “te considero” TO-DA-VEZ que tá bêbada. Mas quem nunca, né, minha gente?


E aqui eu oficialmente desapego da beleza, o que só prova que, aos trancos e barrancos, Boninho arranca programa até de quem não tem nada pra oferecer, mesmo confundindo o Bial com tanta mudança. E por falar em Bial e desapego pela beleza, viva Bial, seu bigodinho adolescente grisalho, sua papete e sua faceta de véio punheteiro!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

BBBullying 11: Tudo puta e viado



Começou o BBB 11 e, como toda vez que isso acontece (assertivamente só com BBB porque os demais reality shows dependem de passarem pelo período de adaptação) eu perco parte importante da minha vida social. Tudo bem que depois do BBB 7, quando o Alemão ganhou, eu mais passei raiva do que qualquer outra coisa. No BBB 8 porque aquele Dr. Marcelo, mesmo todo problemático, era o único personagem interessante no programa. No BBB 9 porque Priscila inexplicavelmente perdeu pro bolha do Max. E no BBB 10 porque Dourado consagrou o que virou o público brasileiro: preconceituoso. Daí a comparação entre o que o público inconscientemente quer ver (putaria, diversidade e dedo na cara) e o que ele decide ver pela votação (gente que prega a moral e os bons costumes na sociedade). Ponto pro Boninho.

E esse ano ele, teoricamente, caprichou no elenco. Vamos aos trabalhos (ah, antes de mais nada, quero declarar que abri, por conta própria, a minha temporada de bullying contra os participantes):

Mulheres:
1. Talula: linda.
2. Maria: atriz pornô, cara de convidada da Gimenez (viram a voz?).
3. Diana: mais macho que eu. E com os olhos meio separados. Rascunho da Xuxa (não, eu não falei mal da Xuxa! Hahahahaha!).
4. Jaqueline: Beyoncé by Picasso (tem um olho no quadrante inferior esquerdo e outro no quadrante superior direito).
5. Michelly: vesga de dar aflição, com pose de tiazinha que quer parecer mutcho lôca e malha na escada. Tão deprê…
6. Paula: gorda que não se enxerga. Só colabora com a teoria minha e da @Cranmarry de que gordo é a raça mais desunida do mundo.
7. Natália: se vende mais do que é. E ou a plástica pra nariz adunco não deu certo ou ela precisa de uma pra tirar a cara de “ih, fui eu”.
8. Janaína: Adriana Bombom versão Globo, figurante nos moldes da Jaqueline. Pra que duas?

Homens:
1. Rodrigo: já mostrou o pau pro mundo e tem um bar no quarto. Né?
2. Rodrigão: Cadu cover, Mr. Paraná (Grazi?), talvez um dos homens mais bonitos que já passaram pelo BBB. Mais ainda tô esperando “se transformar no flash” como disseram na apresentação.
3. Daniel: tem trabalho social, articulações de gelatina, é bem chato e, segundo o amigo do vídeo de apresentação, “ixplodjy”, bee!
4. Maurício: o homem mais mal acabado do mundo. Roger do Ultraje, filho do Seu Madruga… pra mim, é o peixe monstro do Nemo.
5. Diogo: faz musiquinha e coreô pra tudo! Parece que acabou de voltar do JUCA! E acho que, se apertar, entrega.
6. Lucival: Jean Wyllys versão descolada e bronzeada, tem cara de gente boa.
7. Igor: na foto parecia babadeiro. Na “vida real”, mesmo sendo garçom do Spot, faz tipo de malaco da ZL. Metido a estrategista, mas sem tutano pra isso.
8. Cristiano: por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. A frase célebre da minha avó nunca fez tanto sentido. Tá com cara de que vai ser o novo Dourado.

Coluna do meio:
Ariadna: o que vai ser dessa moça(o) quando ela sair da casa? Filme com o Frota ela vai fazer, mas pelo menos não vai ser mais vítima das piadas do Casseta! Agora, vem cá: como NINGUÉM sacou lá dentro que ela é trans com aquela cara de menino de rua dela?

Até agora tá todo mundo brincando de acampamento feliz, parte que eu sempre achei bacana (não transo violência! Hahahahaha!), mas tá chato demais com esse povo MOBRAL (alguém viu o Cristiano lendo as fichas nas provas?) que não faz/fala nada de interessante o dia inteiro. Por enquanto, só a prova do Guaraná Antarctica com a Paula caindo feito um saco de areia (expressão típica do bullying) valeu a pena como a melhor cena de prova de todos os BBBs. Até superou “Iarnuou” da Solange!

Com Boninho liberando porrada (aham, Cláudia…) e Bial cada vez mais “jovial” e empolgadinho da Estrela, só espero que maneirem nas intervenções de Maurício Ricardo e foquem na vodka, porque a única esperança que nos resta, é a da putaria. Por isso, #FicaAriadna! #ForaJanaína! #ChupaCristiano!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

#TeamClara: o final de "Passione"



“Passione” começou como um novelão daqueles bem tradicionais, com mocinhos e vilões bem definidos, trama linear, disputa por poder e conflitos de família. Tudo pra dar certo, certo? Errado.

Depois de um começo ótimo, abusando da verba de produção da Globo pra gravar na Itália, e de diálogos riquíssimos, "Passione" passou a se arrastar até o ponto que começou a incomodar.

De repente, Clara, a vilã suburbana que enganou o mocinho Totó, foi desmarcarada e descobriu-se apaixonada por ele, resolve que não se regenerou porra nenhuma. Melina, a melindrosa (tô esperando até hoje pela piteira e pelo vestido de lantejoulas vermelhas), de ameaçadora e cruel vira a mocinha arrependida que salva a vida da filha do ser amado. Gérson, o pervertido, é só um punheteiro. Mimi, um Didi Mocó emotivo que tinha tudo pra ser um puta personagem, vira coadjuvante do triângulo amoroso mais bizarro da história, pelo simples fato de ter Leandra Leal no meio. O sotaque do Berillo anasalou mais a cada dia. O do Kayky Britto se encheu de “erres” de paulista a cada cena, intercalada com testas franzidas e bufadas, ficando com uma bochecha de Kiko do Chaves. O filho da Agostina começou a povoar meus pesadelos me chamando incansavelmente de “Babbo”. E eu comecei a desejar ferozmente o final dessa tormenta.

Eu podia falar aqui de todas as referências e repetições de fórmulas desse capítulo, mas né? Em novela, quase nada se cria. Sendo assim, vamos aos fatos: a última semana foi um teste de paciência misturado à sensação que toda última semana de novela me causa: envolvimento generalizado, torcida pelos meus favoritos e decepção com os clichés de último capítulo. Nessa última foi que "Passione" se salvou.

Apesar de trabalhar no prédio da Metalúrgicas Gouveia, lá não tinha televisão e portanto, perdi o primeiro bloco (e não vi a reprise, porque teve show da Amy). Até aí, caguei. A essa altura, eu só queria saber quem tinha matado o Saulo e pronto. Mas antes, tinha que passar pelos clichés: Agostina e Jéssica parindo as filhas do Berillo ao mesmo tempo (zzzzz); Gérson se casando com a limpinha Maysa, que estava com um vestido que a cobria dos punhos ao pescoço (e no qual eu torci pra que alguma pomba solta na cerimônia cagasse); o mesmo Gérson voltou a ser campeão de ciclismo pra fazer a Goodyear feliz e o IN-SU-POR-TÁ-VEL do seu sobrinho Kayky, pra ter função no último capítulo, além de atazanar a vida da Maitê (juro, não tinha mais saco pro mesmo texto), estourou a champanhe do tio, numa atitude pau-no-cu bem condizente com seu papel; Totó voltou pra Itália e deu de cara com a atriz convidada Patrícia Pillar que veio fazer o que o próprio Tony Ramos já fez outras novelas: não permitir que o protagonista termine o último capítulo sozinho. Ah, e a cena do elenco todo em volta da mesa da Bia Falcão, com os casais se beijandzzzzzzzZZZZzzzzZZzz…


Bote toda essa farinha de engrossar caldo de lado e vamos ao que fez diferença nesse capítulo:
1. Alexandra Richter: AMO! A cena dela sendo chamada de tia pelo michê foi ótima!
2. O triângulo Agostina X Berillo X Jéssica: ainda acho a Leandra Leal a segunda melhor atriz do mundo (tava linda de noiva, né?). Mas mesmo com todo o meu bode do Berillo, Gabriela Duarte foi sucesso de Jéssica. E nem adianta torcer o nariz porque essa é incontestável.
3. Clô (L)(L)(L): a pitchuquinha vestida de pavão fechou o que ela foi a novela inteira: a melhor personagem cômica, dona das melhores cenas e das melhores falas.
4. O final.


O Sílvio de Abreu já tinha comentado que só conheceríamos o vilão na última cena. E mesmo tendo protagonizado a pior cena do capítulo quando foi preso (cuspindo perdigotos na câmera), sabíamos que não era o Fred. E a sequência toda, desde a velha porca levando a Clara criança pra casa do nojento do Saulo à revelação de que ela envenenava o Mauro Mendonça a mando dele e a cena do motel – do “Upa upa, cavalinho” (que porra foi essa???) ao jump no travesseiro – só me fizeram entrar definitivamente pro #TeamClara. Eu já comentei que gosto de vilã com motivo. Maldade por maldade não me convence. E Clara se vingou de todo mundo. E eu achei foi bom.

E achei bom também ter uma sensação diferente da brochada de final de capítulo, que a cena do aniversário da Bia Falcão teria me dado. Esse eu terminei querendo “Passione 2: a Vingança de Fred”! Mas espero, do fundo do meu coração, que ninguém me escute!

Adeus, Ano Velho...



Eu sei que tô mega atrasado com a retrospectiva de 2010. E tô tão atrasado que resolvi não fazer uma. Ao invés disso, vou só comentar a constante que eu mais percebi nesse ano: mesmo com a ditadura da beleza, os emos, o elenco da Malhação e o Restart, 2010 foi o ano da terceira idade. E terceira idade ativa, fazendo sucesso, roubando cena em todos os lugares.


De Nair Bello no Twitter à Samantha no “Sex And The City 2” (HAHAHAHAHA, tá, sacaneei, mas é que o “I’m fifty-fucking-two and I’m wearing that dress” não sai da minha cabeça), grandes destaques do ano já estão virados no pé-de-galinha! E há algum tempo!


Pra começar, vamos ao elenco da principal novela da televisão brasileira: a das 8. Ah, era “Passione”, mas não se pode ter tudo. Enfim: Irene Ravache salvou a novela mais chata dos últimos tempos chamando o Chico Cuoco de mimoso e querendo, a todo custo, ser alguém na noite, enquanto Brígida deixava o neto Gérson no chinelo com seu festival de safadeza naftalinesca com Elias Gleizer e sua taturana do amor. Fernanda Montenegro, protagonista e mulher fina, mostrou pro Gianecchini com quantos silêncios se faz uma belíssima (juro que não foi intencional) cena, sem apelar pras caras de susto da Clara. Até Vera Holtz e seu delicioso sotaque (“Fwredê!”) renderam mais vontades de palmas empolgadas em frente à televisão que sua filha Maysa arrependida. E mesmo não sendo do núcleo cômico do Flávio Migliaccio, sempre no mesmo papel, sempre com a mesma graça.

Entre os apresentadores, Palmirinha largou a coitadeza Gazeta e virou assunto por bem um mês, Raul Gil e Marília Gabriela (sorry, Gabi, mas nem os 47 cremes horários que você passa claream a cor do seu RG) foram contratados pra dar alguma credibilidade ao SBT e Sílvio Santos voltou a ser assunto em mesas de bar com reprises de quadros clássicos e sua falta de noção e respeito somado ao seu excesso de genialidade. Até Glória Maria voltou! Mas o destaque aqui, sem dúvida, foi Hebe Camargo.

Além de ter comovido o país todo quando ficou doente, ela terminou o ano provando que idade não vale de nada quando se tem competência. Taí! 2 posts atrás eu falava da querida Susaninha e sua bizarra noção de poder. Pois bem, quem viu Hebe sendo homenageada no Faustão constatou que essa sim pode. E pode muito! Pode carregar um apartamento em cada orelha, pode sustentar um vestido justo e ainda estar elegante, pode cantar e não fazer feio, pode falar a merda que quiser e ainda parecer fina. No máximo espirituosa (excêntrica nunca!). Porque Hebe é diva.


No mais, entre uma exibição no Inter Cine Brasil de “Copacabana” da Carla Camuratti (mas acho que só eu vi esse) e uma reportagem sobre os 103 anos do Niemeyer (que parou de fumar 3 meses antes), de todos os especiais de fim de ano na TV (juro que os de dramaturgia da Globo eu não vi por pura preguiça), os que me tocaram de verdade – além da Hebe no Faustão, claro – foram o show ao vivo do Rei Roberto Carlos na praia de Copacabana – chorei só de ver aquela multidão, maior do que a que viu Stones, em pleno Natal cantando todas as músicas emocionadamente, principalmente “Detalhes” (L) – e o especial sobre os 50 anos de carreira do Didi. Pô, o cara fez parte da minha infância inteira! Ver filme dele no cinema era programa obrigatório nas férias. E ele continua no ar fazendo as mesmas coisas há 50 anos. E com um talento indiscutível.

É claro que é muito mais foda pra esse povo todo se renovar. Mas, além da história toda que já fizeram e que tem pra contar, eles respiram TV e fazem isso com a naturalidade de quem come com dentadura todo dia! Enquanto Boninho rejeita essa faixa de idade (claro, pra BBB não cabe mesmo), eu dou graças a Deus que, em meio à tanta bobagem (muitas das quais confesso que adoro) ainda tenha gente experiente mostrando conteúdo de qualidade. Mesmo um pouco enferrujado.