segunda-feira, 18 de outubro de 2010
“Não transo violência”
Pois bem, contrariando as limitações geográficas e demográficas (só de pensar que lá ainda passam “Por Amor” e “Quatro por Quatro” – que eu sou capaz de dar a sinopse sem roubar no Google – já fico louco por ainda não ter TV à cabo), graças à internet e ao meu bom amigo Celso Dossi, consegui um link ungido pra assistir “Vale Tudo” em tempo real no Canal Viva. E as minhas madrugadas insones ganharam uma nova razão de ser. E obviamente precisava compartilhar minha felicidade aqui e, mais do que a felicidade, meu saudosismo/espanto/festival de cross de referências bizarras da minha cabeça. Então vamos lá:
Vale Tudo é do tempo em que:
1. Lídia Brondi era atriz (e parecia uma vampira com essa cara braaaaanca e esse cabelo vermeeeeeelho e esse olho preeeeeeeto);
2. Cássio Gabus Mendes não tinha embarangado;
3. Termos como “não me dá a menor pelota” e “tirar uma pestana” (what?) eram usados;
4. Heleninha era um mix de Samantha Jones e Tina Pepper;
5. Raquel berraaaaaaaava e ainda não fazia a sobrancelha;
6. Datilografia era diferencial no currículo;
7. Aldeíde e Odálio eram nomes de gente;
8. Lília Cabral e Rosane Goffmann eram uma dupla imbatível (Aldeíde e Consuelo, Amorzinho e Cinira…);
9. Fagundes era um gostoso (não que ainda não seja, mas não dá mais pra negar que a idade chegou);
10. Telex era o must da comunicação;
11. Danton Mello era uma criança (e já ator, enquanto o Selton só dublava o Charlie Brown);
12. Reginaldo Faria já era disgusting;
13. Adriano Reis (who?) já era figurante;
14. Fábio Vilaverde era alguém na noite mesmo com cabelo pintado (e não tinha sido chifrado pela mulher com Felipe Barreto em “O Dono do Mundo” – o mesmo Fagundes, ainda gostoso);
15. Trilha de novela nacional tocava nas principais rádios FM e não só na Nova ou na Cidade (ainda existe Cidade? 96,9?)
16. Christina Prochaska (foca na Prochaska!!!) tinha um caso com a noiva-mor de Copacabana – e tudo era tratado com a naturalidade velada da época;
17. Ombreira era moda e homens descolados se vestiam com um visual “Miami Vice”;
18. Fumar era normal e não acessório de vilão;
19. Maria Gladys já era velha;
20. Cenas com bebês como a da Fátima saindo da cadeia (num dos últimos capítulos, reparem) eram feitas com bonecas e não com bebês de verdade;
21. Ah, Riccelli…
Não pus Maria de Fátima em si na lista porque ela é uma unanimidade na novela, ainda que a maior unanimidade seja o consenso de que a maior vilã da teledramaturgia brasileira sempre será Odete Roitman. E como prova de que vilania e bom humor andam juntos (por isso eu sempre tive um fraco por vilões) e que “Brasil, mostra a tua cara” nunca foi tão atual, eu fecho o post com a minha frase preferida de Odete:
“E eu que pensei que alguma coisa tivesse mudado nesse país... basta botar o pé no Galeão você já começa a sentir esse calor horroroso, gente horrível no caminho, uma gente feia parada esperando uns ônibus caquéticos, o dólar a 300 e minha filha completamente bêbada.”
PS: Ah, e só porque dessa vez ninguém vai ficar puto por ter a surpresa estragada, quem matou Odete Roitman foi a Leila, tá? ;)
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6 comentários:
boooom! muito boooommm!!!
Amei o texto e tb estou amando unir modernidade e nostalgia, twittando diariamente a respeito de uma novela doa anos 80. "Vale Tudo" é uma delícia e apesar do visual, continua atualíssima na temática. Lógico que não vamos perder os próximos capítulos, né? Abração!
o Selton dublava o Charlie Brown?
Tenho 2 palavras pra vc...
Nazaré Tedesco!
Uma correçãozinha: o personagem Walter em O Dono do Mundo, que foi chifrado pela mulher com o Felipe Barreto, não era o Fábio Vilaverde mas o Tadeu Aguiar.
Muque de Peão
Jura? O mesmo Tadeu Aguiar que é funcionário do Fagundes hoje em Vale Tudo? Gente... prova viva de que nem sempre o bife vira... e de que álcool demais afeta a memória! Hahahahahahaha! Mas, pelo menos, como não é memória recente, não corro risco de ter Alzheimer! =D
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