domingo, 21 de novembro de 2010

"Estamos muito feliz"


MTV estreou há 20 anos com Astrid Fontenelle, Zeca Camargo, Luiz Thunderbird, Maria Paula, Cuca Lazarotto e Lorena Calábria, que eu me lembre. Eu estreei há 29 anos, com minha mãe e meu pai. HAHAHAHAHAHA! Enfim, passados ambos os aniversários (Obrigado!), eu só queria dizer que a MTV esteve presente durante a minha formação musical e foi bem bacana enquanto eu fiz parte do target.

Em 90 eu ainda não tinha descoberto o UHF (na verdade eu ainda brincava na rua). Já em 94, com TV própria, porém limitada, eu descobri que, numa TV portátil em preto-e-branco que meu pai comprou no Paraguai, o canal 32 funcionava! E assim começou minha relação com a MTV: “Teleguiado” com o Cazé e uma avó que soletrou “Ugly Kid Joe” num bloco inteiro de programa pra não levar um “NA CARA”, “Feijão” com a Tatiana que eu assistia na academia do bairro (das poucas experiências coloridas que eu tinha na época) e me apresentava tudo o que tinha de mais atual, indo além do que eu já não escutava muito nas FMs (que se dedicavam loucamente ao poperô), Gastão me fazendo gostar um pouco mais de rock e Fábio Massari me fazendo pesquisar música.


Em 95 eu já vi Bon Jovi em carreira solo e 4 Non Blondes com a incrível “Spaceman” sendo massacrados no “Top 20 Brasil” pelos “indefectíveis” (segundo Astrid) Ace of Base e sua “Happy Nation”. E comecei a minha mania de gravar em VHS todos os VMBs – a começar por esse, ainda Video Music Awards Brasil, brilhantemente apresentado por Marisa Orth. E depois de Pedro Cardoso (ZzzzZZzz), Carlinhos Brown (que quase apanhou quando quis cantar miscigenação pros Racionais), Luana Piovani (ok), Cazé (ótimo), Marcos Mion (multiuso), Fernanda Lima (linda) e Selton Mello (bom, vai… bom), finalmente chegamos a Marcelo Adnet, que renovou a MTV de uma vez.

Renovou porque se existe uma coisa com a qual a MTV se preocupa é com o seu público. Voltada a jovens de 14 a 25 anos, é pra essas pessoas que ela unicamente se dirige, o que faz com que o envelhecimento da gente deixe a programação do canal com cada vez menos sentido, bem como sua linguagem (ou a forma como os assuntos são abordados). Ela começou absurda e assim se mantém (graças a Deus), mas me apresentou referências de comportamento quando eu precisei delas, falou sobre sexo de uma forma livre quando isso era pertinente, instigou o debate sobre temas de cunho social seriíssimos, mas sempre colocando interlocutores que tornassem a mensagem mais clara do que num Jornal Nacional e até colocou pagode, axé e sertanejo como categorias de um VMB quando a Carla Perez virou febre nacional. Com programas de entrevistas dos melhores que eu já vi, com material sobre os artistas que completariam a coleção de qualquer fã, quebrando barreiras ao exibir o primeiro beijo gay na TV brasileira (e repetindo em todos os programas de relacionamento da forma mais natural possível) e investido em animações mega-politicamente incorretas, inovando com o primeiro reality show exibido “Na Real” (que gerou o brasileiro “20 e poucos anos”) e liberando palavrão como forma de se comunicar dos jovens, a MTV era meio quintal de casa, se esse fosse cheio de amigos rindo enquanto ouviam histórias do Nando Reis ou da Cássia Eller pelos próprios.

E foi assim que o Adnet fez isso. Tornou mesmo a MTV o quintal da casa dele quando jogou os amigos todos lá. E hoje o “Comédia” e o “Furo” são os programas com maior repercussão da casa, porque mantém o absurdo sempre enxergado aqui, independente do restante da programação continuar com target definido com Restart, Mari Moon e colírios Capricho.

Nas homenagens aos 20 anos, eles não deixaram de cumprir a tabela “Vale a pena ver de novo” colocando Sarah, Cuca e Sabrina com a nova VJ do Top 10 que eu nem sei o nome, mas foi incrível ver Adriana Lessa se auto-sacaneando como ex-VJ que não deu certo e a campanha pra arrecadação de fundos pra ajudar o coitado do Edgard e, claro, ver a homenagem aos “mortos”: Kenia e Keyla, causa mortis: feiúra. HAHAHAHAHAHA!

Eu só queria mesmo era que os ex-VJs desistissem de reality shows fracassados, TVs Famas, programas de humor insuportáveis e geladeiras em todas as emissoras por onde passam e fizessem de novo algo que sabem fazer: serem inovadores, com o mesmo espírito absurdo, mas falando pra quem virou adulto – mesmo sem querer.


Um comentário:

mayraebenau disse...

Quando eu tinha 13 anos queria casar com o Gastão... ai, ai