segunda-feira, 26 de julho de 2010

O fim de “Tempos Modernos”, graças a Deus



Vamos lá: eu nunca entendi direito qual era a real de Tempos Modernos. Uma novela que tinha um Fagundes manda-chuva como protagonista (mas bem longe de ser um Juvenal Antena) que construiu um prédio inteligente e que tinha 3 filhas: Viviane Pasmanter, que sumiu e todo procurava; Regiane Alves, perua mãe de várias meninas chamadas Maria que se achavam mini-espiãs demais; e Nelinha, rebelde sem causa que abusava do overreacting. Era apaixonado por Eliane Giardini que tinha um filho por quem Nelinha era apaixonada, mas que ninguém sabia quem era o pai.


Mesmo assim, eu resolvi assistir o último capítulo só pra comentar aqui. Pra começar, já ouvi, no primeiro bloco, o que seria minha tormenta até o final: toda fala era composta de um clichê mais feio e improvável que o outro. Alguns anotados: “Deve haver um jeito de sair dessa ratoeira”, “Vou procurar debaixo de cada grão de poeira”, “Seu irmão tem o direito de ver desabrochar o seu talento”. Santa paciência, Batman!


Essa questão dos clichês só melhorou quando Eliane Giardini apareceu. Ela precisava resolver sua questão com o vilão Caruso, que era louco nela. E dessa tentativa bizarra de sequestro deu-se o seguinte diálogo:

- Pra onde vamos?

- Pra bem longe. Talvez nunca cheguemos!

- Já te amei e quero seu bem.

- Você é como gás nobre que escapa pelos meus dedos...

- E por que você insiste em me domar?

- Porque esse é o destino das almas selvagens!


O outro momento foi quando a mesma Giardini foi resolver seu amor com Fagundes. Eu só sabia que ele havia trocado uma mulher de cabelo enrolado e vestido florido por outra mulher de cabelo enrolado e vestido florido, só que 20 anos mais nova. Mas como panela velha é que faz comida boa, lá foi ele! Ledo engano... Tiveram a conversa mais psicodélica ever, dizendo que aquele amor não cabia nesse mundo e que a única (única???) noite que passaram juntos seria para sempre inesquecível. Ah, Fagundão... Bota essa porra pra funcionar!


Enfim... entre os coadjuvantes como a policial Beyoncé ou a Priscila Fantim fazendo outra vilã contra uma mocinha do Walcyr Carrasco, meu troféu vergonha alheia iria pra Bozena, que resolveu querer ser Rita Hayworth e só conseguiu me deixar com sensação de ressaca de gin. Em segundo lugar, ficariam os belíssimos nomes que o autor escolheu: Regiane Alves, a filha rica perua, era Gorete. Eliane Giardini, a primeira-dama, era Hélia. Grazzi Massafera, a vilã em início de carreira, Deodora. E Nelinha... bem, Nelinha merecia ter um nome feio mesmo.


Pra fechar o desfecho do que tem que encerrar em últimos capítulos, acharam a Pasmanter escondida num espelho depois de desvendar um enigma do Caruso (juro!), Guilherme Weber aparece vestido de padre e mata Deodora numa cena mexicanérrima, Danton Mello (o Bahuan dessa novela) arruma no chat line uma namorada que flutua no chroma key e Nelinha, porque é chata demais, se reproduz. E o elenco todo termina ao som de “We Will Rock You”, batendo duas palminhas e dando um soquinho no ar.


Na verdade não terminou assim... é que, depois dessa cena, eu não quis ver mais nada e desliguei a televisão.

9 comentários:

Cranmarry disse...

eu gostava de ver a mãe o pai da Clarinha no empasse amoro...
e a Priscila Fantin me lembrou os bons tempos de chocolate com pimenta...

that all... folks

Celso Dossi disse...

Assisti twice.
Só para acreditar que era verdade. kkkkkk

Anônimo disse...

Eliane Giardini estava divina!Sempre foi e sempre será uma grande atriz...Ela salvou a novela junto com o Fagundes, pena que não acabaram juntos! =/ até agora não entendi isso.

Pati Cardoso disse...

Muito bom , especialmente a anotação do diálogo entre Caruso e Giardini no sequestro. OMG!!

Giselle disse...

Ah! Realmente, a Giardini e o Caruso salvaram a novela. O Juvenal Antena Caminhoneiro ajudou. Não entendi porque os dois ficaram separados. Novela ruim, fazer o que? Mas os clichês foram, de longe, o pior. Inexplicáveis.

Barbara Leite disse...

hahahahahhaa
que blog delicioso! vou vir sempre!

Pois é...como assim ÚNICA noite? Que porra foi isto? eles não namoraram durante grande parte da novela?

e outra dúvida que não quer calar?
Por que "tempos modernos"?
Seria pq o casal não transava?
Seria por conta do computador que falava e que desapareceu misteriosamente na novela?
Nunca vai pro vale a pena ver de novo!

Mariooooooooooo, me responde! To aflita!

Mario Mendes disse...

Ai, Bá! Que bom que você gostou! Eu tento colocar pelo menos um post por semana, mas nem sempre dá...

Então, essa novela foi tão insignificante que nem o computador aguentou até o final dela, e a modernidade tava no desapego total por um roteiro crível! Hehehehehe!

Bjo, linda!

Anônimo disse...

Plagio tenebroso de "Rei Lear", de Shakespeare.

Anônimo disse...

Eu acho que tb salvou a novela alem do Fagundes e da Eliane Giardini,foram tb os atores Danton Mello,Priscila Fantin,Marcos Caruso,Fernanda Vasconcellos,entre outros nao td elenco. Pq eles praticamente seguraram a novela inteira e o romance do Renato e da Nelinha que nao acabaram juntos e outra coisa que eu nao aceitei foi a Nelinha nao ter terminado a novela com o Renato,eles eram um casal tao lindo e unido,e o autor fez bem em ter aproveitado a quimica entre os casais Fernanda Vasconcellos e Dalton Mello ,Thiago Rodrigues e Priscila Fantin e Fagundes e Eliane Giardini.