quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Penso me come tchato" - uma homenagem à Susana Vieira



Era uma vez, no fantástico mundo da TV Globo, uma atriz dita do alto escalão, sempre cotada para viver vilãs loiras más e donas de casa imigrantes. Essa atriz, que sempre teve uma dificuldade enorme pra chorar naturalmente mas que tem um alcance vocal no grito que só perde para sua antagonista em 80% dos trabalhos feitos, Regina Duarte, empresta a seus personagens uma de suas características principais: a noção bem particular de poder. Porque, vamos combinar, Susana Vieira não poderia, mas ela faz tudo como se pudesse. E enquanto não virou a Dercy, o povo até que fazia o compreensivo, mas vamos chegar lá.


Ela, nascida Sônia, começou roubando o nome da irmã pra atuar na TV. E pra provar que a noção de poder é de família, mas que só a Susana cover nasceu virada pra lua da compreensão, só me lembro da Susana original já com mais de 50 anos fazendo uma participação em “Hilda Furacão” como uma artista que pintava igrejas e mexia com a libido dos homens de Santana dos Ferros por usar calça de couro justa enquanto as beatas usavam vestidos (nem cabe um “oi?” aqui porque a sensação do núcleo interiorano da minissérie era a finada Mara Manzan com sua risada escandalosa e seu sutiã aparecendo muito antes da Norminha de “Caminho das Índias”).

Roubou a qualidade de mocinha da protagonista de novela fazendo a babá de “Anjo Mau” em 1937, sei lá, e começou a espalhar o bordão usado até hoje por qualquer vilão recém-saído da Malhação: o de que apanhou de dona-de-casa no mercado.


Roubou o Zé Wilker da mulher em mais umas 25 novelas, roubou o microfone da mão da Geovanna Angeliquete Tominaga no “Vídeo Show”, roubou Zé Mayer da Helena em outras 14 novelas, roubou no jogo quando saiu photoshopada na capa da revista Quem só com um lençol cobrindo os peitos, roubou o posto de rainha de bateria da Grande Rio da Juliana Paes (i-nex-pli-cá-vel), roubou nossa inteligência quando disse que sua personagem em “Cinquentinha” (uma atriz pitizenta que mente a idade e adora um menino novo) não era nada baseada nela – que sempre foi uma fofa – mas teve a filha roubada pela Nazaré em “Senhora do Destino” – e, junto com ela, todas as atenções da novela – e teve a capa da Playboy de 85 roubada por uma Pantera que participou do “No Limite” 20 anos depois. Afinal de contas, o universo devolve as coisas pra gente, né?

Mas, artimanhas à parte, sempre teve seu lugar ao sol. E com algum mérito, afinal de contas, apesar das donas de casa imigrantes serem chatérrimas, as vilãs loiras más eram incríveis. Mas ela não se contentou só com essa fama. Casou com um policial todo cagado, tomou chifre, o cara tatuou a cara dela na pança, ela perdoou, tomou chifre de novo, o cara foi na Sônia Abrão, morreu, ela apareceu com outro namorado com metade da idade do filho, arranjou papel pra ele numa novela portuguesa, fez mais 23 plásticas, chamou meia dúzia de repórteres de “meu amor” em entrada de eventos, deu selinho do Vesgo do “Pânico” e, por fim, lançou um CD! E finalmente virou a Dercy. Todo mundo já viu as notícias do peito pulando e da desafinação, mas o vídeo completo da apresentação dela no Faustão no último domingo e seu séquito de barbaridades merece ser apreciado segundo a segundo. A parte do peito não tá no video abaixo, mas tá
aqui.

Divirtam-se! E muitos anos de vida à Susana, a heroína mais bagaceira da televisão brasileira!

3 comentários:

Walkiria Binas disse...

Imagino o que vc escreveria a meu respeito..hauauauauhauhauha

Mario Mendes disse...

De você eu não sei... hehehehe! Mas que Deus dê vida longa à Carolina Dieckmann, substituta natural de nossa musa!

Unknown disse...

Carolina Dieckmann? A substituição dela é pra ser feita pela Geisy (é assim?)